segunda-feira, março 28, 2005


Expectativa Editorial

Vivo um tempo de expectativa editorial. Há mais de um ano, entreguei um texto a uma editora com um retorno das simpáticas palavras "deixe ficar, depois terá a sua resposta".

Meses passados, o segundo telefonema anunciava-me que a comissão de leitura havia decidido publicar a minha obra. Recebi os parabéns, mas com a advertência de que nada poderia ser garantido quanto ao prazo.

O tempo foi e vai passando e o dito prazo deve estar arrumado em alguma gaveta da editora.

Tenho momentos optimistas, no entanto. Penso que a editora me lança a obra, independentemente da sua qualidade, apresenta-me ao território literário e torno-me uma éspecie conhecida.
Enfeitadas as prateleiras das livrarias do país com o meu livro, fazem um lançamento da raridade com oradores, croquetes e bebidas. Eu preparo a minha caligrafia para tanto autógrafo, enquanto um desconhecido me abraça, comovido, dizendo-me: "eu sabia que tu eras uma artista!".
Finalmente, embrulhada e remetida a obra para os comentadores literários é com as suas preciosas críticas revelada a minha existência.

Tenho outros momentos, pois claro. Mas sou uma escritora confiante. Por isso, continuo a aguardar o prazo do não aprazado telefonema.