No teu poema
És esta página em que me espalho
Sou só vocábulos e assim me acolhes
Em ti enterro as sílabas do que valho
Apago todo o vazio para que me olhes.
Sou a tinta que escoa e em ti hesita
No seio das minhas palavras te sacias
De bruços sobre o que em ti medita
Sou um novo glossário que acaricias.
Sou ainda o vento que te sopra a folha
Para que neste poema não haja despedidas.
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