quinta-feira, novembro 03, 2005


Casa Assombrada





Vejo luzes que se atravessam pelos corredores. Distingo uma sombra murcha sobre o chão da sala. Ouço o ruído de passos que se arrastam pelo quarto. O pêndulo do relógio continua a marcar o tempo. Nunca chegámos a acabar o vinho. Os copos continuam lá. Chega até mim o teu riso, dessa noite. E quase jurava escutar o eco das tuas palavras: “Amo-te”. Mas como te responder, amor?
Quando abandonaste a nossa casa, foi como se a cidade toda tivesse sido evacuada. Também eu parti.