sexta-feira, novembro 25, 2005


O teu ser

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És um solo fértil em que me espalho
Macio, húmido e terno me acolhes
Em ti enterro as raízes do que valho
E dou-te depois o fruto que recolhes.

És a água que escoa e em mim hesita
No meio da tua torrente me sacias
Em ti afogo o que em mim medita
E sou depois a margem que acaricias.

És ainda a pedra que me lacera e rasga
De musgo coberta para refrescar a chaga.