domingo, novembro 27, 2005
sábado, novembro 26, 2005
sexta-feira, novembro 25, 2005
O teu ser
És um solo fértil em que me espalho
Macio, húmido e terno me acolhes
Em ti enterro as raízes do que valho
E dou-te depois o fruto que recolhes.
És a água que escoa e em mim hesita
No meio da tua torrente me sacias
Em ti afogo o que em mim medita
E sou depois a margem que acaricias.
És ainda a pedra que me lacera e rasga
De musgo coberta para refrescar a chaga.
quinta-feira, novembro 24, 2005
quarta-feira, novembro 23, 2005
Ser Mulher
Sou o pântano húmido e fértil que te sacia
Sou ainda o solo que te engole e devora
Em mim nascem rios que matam a tua sede
Habitados por crustáceos e seixos que te enterram.
Sou a boca onde procuras as tuas respostas
Sou ainda o gemido e o grito que te enlouquecem
Em mim adormeces o cansaço dos teus dias
Habitados por colinas de tédio e horrores.
quinta-feira, novembro 03, 2005
Casa Assombrada
Vejo luzes que se atravessam pelos corredores. Distingo uma sombra murcha sobre o chão da sala. Ouço o ruído de passos que se arrastam pelo quarto. O pêndulo do relógio continua a marcar o tempo. Nunca chegámos a acabar o vinho. Os copos continuam lá. Chega até mim o teu riso, dessa noite. E quase jurava escutar o eco das tuas palavras: “Amo-te”. Mas como te responder, amor?
Quando abandonaste a nossa casa, foi como se a cidade toda tivesse sido evacuada. Também eu parti.
Quando abandonaste a nossa casa, foi como se a cidade toda tivesse sido evacuada. Também eu parti.