quarta-feira, maio 25, 2005


Porque...

Porque não durmo?
Porque está assim tão escuro?
Porque não vê o escurecido olhar a claridade nocturna?
Porque me impede a escuridão de visualizar a própria noite?
Porque a luz sofrida durante o dia me cegou!

quinta-feira, maio 19, 2005


"The world is flat"

I have a daughter who is a sophomore in college and another who is in the 11th grade of high school. My message to them is very simple: Girls, when I was growing up my parents used to say to me, "Tom, finish your dinner. People in China and India are starving." I say to my girls, "Girls, finish your homework. People in China and India are starving for your jobs." When the world was round, say 30 years ago, you would much rather have been born a B+ student in Indianapolis, Indiana, rather than a genius in Bangalore, India. Because the Indian genius, unless he or she could get a visa out of India, really could not plug and play with his or her talent. Today, you do not want to be a B+ student in Indianapolis. You would much rather be a genius in India, because that genius can now innovate at a global level without ever having to emigrate. That is what the flat world makes possible.

Thomas L. Friedman about "The World is Flat"




domingo, maio 15, 2005


Lágrimas


Invandes-me o olhar com lágrimas de tortura
Beijas-me os lábios com o sabor do teu sal
Bebo-te gota a gota na agonia do teu mal
Devoro-te até que sejas apenas secura.




tearsnadream.jpg


sexta-feira, maio 13, 2005


The Final Cut


Through the fish eyed lens of tear stained eyes
I can barely define the shape of this moment in time
And far from flying high in clear blue skies
I'm spiralling down to the hole in the ground where I hide
If you negotiate the minefield in the drive
And beat the dogs and cheat the cold electronic eyes
And if you make it past the shotguns in the hall
Dial the combination, open the priesthole
And if I'm in I'll tell you what's behind the wall


There's a kid who had a big hallucination
Making love to girls in magazines
He wonders if you're sleeping with your new found faith
Could anybody love him
or is it just a crazy dream


And if I show you my dark side
Will you still hold me tonight
And if I open my heart to you
and show you my weak side
What would you do
Would you sell your story to Rolling Stone
Would you take the children away
And leave me alone
And smile in reassurance
as you whisper down the phone
Would you send me packing
Or would you take me home


Thought I oughta bare my naked feelings
Thought I oughta tear the curtain down
I held the blade in trembling hands
Prepared to make it but just then the phone rang
I never had the nerve to make the final cut


By Roger Waters



The Soul Selects

The soul selects her own society,
Then shuts the door;
On her divine majority
Obtrude no more.

Unmoved, she notes the chariot's pausing
At her low gate;
Unmoved, an emperor is kneeling
Upon her mat.

I've known her from an ample nation
Choose one;
Then close the valves of her attention
Like stone.


By Emily Dickinson


domingo, maio 08, 2005


Palavras caladas



Calaram-se todas as palavras
Que me ensinaste a amar
Envio-te o ruído do seu silêncio
E espero o retorno do seu falar.


sábado, maio 07, 2005


Porque escrevo...

Escrevo na busca interminável de libertação da finitude do momento.

Escrevo porque a vitória da escrita me sabe sempre a derrota.

Escrevo para recuperar as palavras perdidas na fala.

Escrevo na solidão do comunicável.


quinta-feira, maio 05, 2005


Sabes...


Sabes, meu amor, gostaria de poder pintar certos momentos da minha vida.


De os poder fixar na tela para os rever quando quisesse.
De os poder pendurar na parede do quarto sabendo que, embora nem sempre lhes prestasse muita atenção, eles estariam lá para quando precisasse de os saborear novamente.

Sabes, gostaria de poder cristalizar aqueles momentos em que fui realmente feliz, aqueles momentos em que me bastava a tua companhia e o teu suave respirar para que o céu fosse mais céu e o mar fosse mais mar e tudo fosse único e mágico como mágicas e únicas deveriam ser as vidas que se vivem a dois.
Gostaria de ter podido prender as cores do teu peito e a luminosidade dos teus lábios nas pinceladas do meu amor e gostaria que isso tivesse sido o suficiente e o bastante para que esse tempo e esse mover de mãos tivessem sido só nossos.
Mas eu sei que tu sabes, tal como tu sabes que eu sei, que as águas de um rio não passam duas vezes pela mesma ponte.
E que, se por vezes esse rio se faz mar e essa água se faz chuva, é apenas para levar consigo as pinceladas que demos na tela que um dia foi nossa.
Porque tu, meu amor, sabes como eu sei, que quando o mar se faz chuva, o que fica é apenas o que dói e o que dói é, tão só, o sal das lágrimas que um dia chorei por nós.


alexandre monteiro, in Sabor a Sal